quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Tottenham Hotspur

O Tottenham Hotspur é um dos mais míticos clubes de Londres e da Grã-Bretanha. Foi fundado em 1882 e já ganhou dois campeonatos nacionais, oito FA Cup, uma Taça dos Campeões Europeus, duas Uefa e algumas Taças da Liga. É também um dos 22 clubes que, em 1992, fundaram a Premier League. Mas tudo isto, meus amigos, é história e no futebol o que interessa é o presente e o futuro. E quem vos diz isto é um sócio do Benfica portanto tenho voto na matéria. O estádio, White Hart Lane, é tipicamente britânico e o ambiente é incrível, principalmente quando a equipa está a ganhar e a jogar bem e os adeptos entoam durante minutos a fio a mítico-típica When The Spurs Go Marching In. A equipa técnica, como é de conhecimento geral, é liderada pelo português André Villas-Boas (AVB).


Este ano os Spurs ainda não estabilizaram e têm feito uma época de altos e baixos, embora ultimamente estejam a dar sinais de estar a começar um bom momento de forma. Toda esta instabilidade é compreensível uma vez que a equipa técnica mudou e alguns dos jogadores mais importantes como o ex-capitão Ledley King (homem com um só joelho) e Van der Vaart abandonaram o clube. No entanto reforçaram-se bem “por dentro”  – Cualker, Naughton ou Carrol, um jovem muito talentoso com um grande futuro à sua frente – e recorrendo a jogadores que atuavam noutras equipas como Dembele, Dempsey, Vertonghen ou Sigurdsson.

Com o Redknapp, um verdadeiro manager britânico de uma escola muito old school, a equipa não tinha grandes preocupações táticas e os jogadores do meio-campo e frente de ataque tinham muita liberdade. Van der Vaart, por exemplo, chegou a dizer que os jogadores não tinha informações dos adversários nem indicações de como defender as bolas paradas. O AVB está a alterar as coisas e daí a instabilidade que se tem vivido. Isso somado a algumas lesões de jogadores fundamentais como Scott Parker e outros que, não sendo fundamentais, seriam importantes na primeira equipa como o Ekotto, Kaboul e Adebayor (começou a época com problemas físicos) tem sido fulcral para as constantes alterações na equipa.

Não sei se no longo-prazo a ideia do AVB passa por implementar o “seu” 4-3-3 mas para já o português tem optado por um 4-2-3-1. Claro que a questão das táticas é muito relativa e são os jogadores e a estratégia que fazem as táticas e não o contrário (e estas são obviamente dinâmicas), mas o desenho da equipa será o da figura em baixo. De qualquer forma neste momento não há, ainda, um número 1 claramente definido e a dupla de centrais tem vindo a alternar muito. Se parece certo que o Cualker tem lugar garantido, as lesões do Ekotto, que levam o Vertonghen para a esquerda, e do Kaboul fazem com que a rotatividade no setor seja uma realidade e até o capitão Dawson, que AVB queria despachar, tem jogado nos últimos tempos. O lado direito está (bem) entregue ao Walker, uma espécie de Bale há uns dois anos que tem alguns lapsos defensivos. No meio-campo a dupla será Sandro-Dembele até o Parker estar recuperado; a direita é de Lennon, a esquerda de Bale e o lugar atrás do ponta de lança é do Dempsey; na frente não há ainda um número nove definido (JD e Ade). O facto de a equipa inicial estar, por variadas razões, constantemente a ser alterada não ajuda uma equipa que tem muito potencial e que será no futuro um caso sério. Apesar de algumas limitações no plantel – não há alternativa ao Lennon, por exemplo, pois o Townsend parece-me muito verde – creio que com o tempo a equipa vai estabilizar e acabar por ficar em 4º lugar. Claro que estamos a falar da Premier League e, portanto, o que hoje é uma verdade absoluta, um facto, amanhã deixa de o ser. Exemplos de como as coisas mudam do dia para a noite não faltam e o Norwich deste ano será um caso demasiado bom para ser ignorado. Com o tempo espero grandes coisas desta equipa, até porque tem um treinador português e nós, portugueses, somos mesmo muito bons.


Podia ter feito mil e uma equipas diferentes já que os XI's têm mudado constantemente mas optei por colocar mais ou menos o onze dos dois últimos jogos, em que os Spurs triunfaram no The Lane, e que servirá de base para os próximos.
AJO

3 comentários:

  1. Muito bom caro António! Ninguém melhor do que tu, um adepto incontestável deste clube londrino desde que te conheço, para nos fornecer uma análise profunda e exacta das coisas.

    Contudo, deixa-me abrir espaço à critica e ao facto de não teres por exemplo no caso dos centrais, teres dito que Cualker parece certo quando para mim ele nem lugar tem na equipa. Além disso esqueceste-te de falar no William Gallas, que esse sim tem feito os jogos todos de ínicio a fim, à escepção do jogo com os Hammers.

    Mas tirando este pequeno aparte gostei bastante.

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  2. Obrigado pelos elogios caro amigo! De facto consigo der adepto de dois clubes rivais como os Spurs e os Hammers, mas é a vida! "Quem feio ama bonito lhe parece". (LOOOL)

    Aceito a crítica de bom grado obviamente! COnfesso que a análise não foi muito profunda, aliás, parece-me que me fiquei um bocado pelo superficial mas a verdade é que não tenho visto muitos jogos dos Spurs, ainda menos de início a fim. Opa o Cualker parece-me ser o central ideal para formar dupla com o Vertonghen mal o Ekotto regresse. O homem fisicamente é muito forte e do que tenho visto parece-me tomar bem conta do recado e limpar tudo pela raíz. O Gallas de facto tem jogado mas não consigo olhar para ele e deixar de ver um jogador, infelizmente, muito limitado a nível físico. É pena...

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  3. Concordo c o teu comment de resposta ao red. o Gallas já nao é de longe o q era! Alias penseo q a ausencia do kaboul se nota bastante! Fez uma epoca mt boa mesmo e nao fora a lesao teria feito parte dos eleitos da frança no europeu! Qto a analise dos Spurs desde ja os meus parabens Quim. De referir tb q concordo ctg qd dizes q foi um pc superficial, axo q tinha preferido a tua primeira versao mais prolongada. Atepq tu sabias e tinhas mt mais para dizer :D

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