O Tottenham Hotspur é um dos mais míticos clubes de Londres e da Grã-Bretanha. Foi fundado em 1882 e já ganhou dois campeonatos nacionais, oito FA Cup, uma Taça dos Campeões Europeus, duas Uefa e algumas Taças da Liga. É também um dos 22 clubes que, em 1992, fundaram a Premier League. Mas tudo isto, meus amigos, é história e no futebol o que interessa é o presente e o futuro. E quem vos diz isto é um sócio do Benfica portanto tenho voto na matéria. O estádio, White Hart Lane, é tipicamente britânico e o ambiente é incrível, principalmente quando a equipa está a ganhar e a jogar bem e os adeptos entoam durante minutos a fio a mítico-típica When The Spurs Go Marching In. A equipa técnica, como é de conhecimento geral, é liderada pelo português André Villas-Boas (AVB).
Este ano os Spurs ainda não estabilizaram e têm feito uma época de
altos e baixos, embora ultimamente estejam a dar sinais de estar a começar um
bom momento de forma. Toda esta instabilidade é compreensível uma vez que a
equipa técnica mudou e alguns dos jogadores mais importantes como o ex-capitão Ledley King (homem com um só joelho) e Van der Vaart abandonaram o clube. No
entanto reforçaram-se bem “por dentro”  –
Cualker, Naughton ou Carrol, um jovem muito talentoso com um grande futuro à
sua frente – e recorrendo a jogadores que atuavam noutras equipas como Dembele,
Dempsey, Vertonghen ou Sigurdsson.
Com o Redknapp, um verdadeiro manager britânico de uma escola muito old school, a equipa não tinha grandes preocupações
táticas e os jogadores do meio-campo e frente de ataque tinham muita liberdade. Van der Vaart, por exemplo, chegou a dizer que os jogadores não
tinha informações dos adversários nem indicações de como defender as bolas
paradas. O AVB está a alterar as coisas e daí a instabilidade que se
tem vivido. Isso somado a algumas lesões de jogadores fundamentais como Scott
Parker e outros que, não sendo fundamentais, seriam importantes na primeira
equipa como o Ekotto, Kaboul e Adebayor (começou a época com problemas
físicos) tem sido fulcral para as constantes alterações na equipa.
Não sei se no longo-prazo a ideia do AVB passa por implementar o “seu” 4-3-3
mas para já o português tem optado por um 4-2-3-1. Claro que a questão das táticas
é muito relativa e são os jogadores e a estratégia que fazem as táticas e não o
contrário (e estas são obviamente dinâmicas), mas o desenho da equipa será o da figura em baixo. De qualquer forma neste momento não há, ainda, um número 1 claramente
definido e a dupla de centrais tem vindo a alternar muito. Se parece certo que o
Cualker tem lugar garantido, as lesões do Ekotto, que levam o Vertonghen para
a esquerda, e do Kaboul fazem com que a rotatividade no setor seja uma
realidade e até o capitão Dawson, que AVB queria despachar, tem jogado nos
últimos tempos. O lado direito está (bem) entregue ao Walker, uma espécie de
Bale há uns dois anos que tem alguns lapsos defensivos. No meio-campo a dupla será Sandro-Dembele até o Parker
estar recuperado; a direita é de Lennon, a esquerda de Bale e o lugar atrás do
ponta de lança é do Dempsey; na frente não há ainda um número nove definido (JD e Ade). O facto de a equipa inicial
estar, por variadas razões, constantemente a ser alterada não ajuda uma equipa
que tem muito potencial e que será no futuro um caso sério. Apesar de algumas
limitações no plantel – não há alternativa ao Lennon, por exemplo, pois o Townsend parece-me muito verde – creio que
com o tempo a equipa vai estabilizar e acabar por ficar em 4º lugar. Claro que
estamos a falar da Premier League e, portanto, o que hoje é uma verdade
absoluta, um facto, amanhã deixa de o ser. Exemplos de como as coisas mudam do
dia para a noite não faltam e o Norwich deste ano será um caso demasiado bom para
ser ignorado. Com o tempo espero grandes coisas desta equipa, até porque tem um treinador
português e nós, portugueses, somos mesmo muito bons.
Podia ter feito mil e uma equipas diferentes já que os XI's têm mudado constantemente mas optei por colocar mais ou menos o onze dos dois últimos jogos, em que os Spurs triunfaram no The Lane, e que servirá de base para os próximos.
AJO



 
Muito bom caro António! Ninguém melhor do que tu, um adepto incontestável deste clube londrino desde que te conheço, para nos fornecer uma análise profunda e exacta das coisas.
ResponderEliminarContudo, deixa-me abrir espaço à critica e ao facto de não teres por exemplo no caso dos centrais, teres dito que Cualker parece certo quando para mim ele nem lugar tem na equipa. Além disso esqueceste-te de falar no William Gallas, que esse sim tem feito os jogos todos de ínicio a fim, à escepção do jogo com os Hammers.
Mas tirando este pequeno aparte gostei bastante.
Obrigado pelos elogios caro amigo! De facto consigo der adepto de dois clubes rivais como os Spurs e os Hammers, mas é a vida! "Quem feio ama bonito lhe parece". (LOOOL)
ResponderEliminarAceito a crítica de bom grado obviamente! COnfesso que a análise não foi muito profunda, aliás, parece-me que me fiquei um bocado pelo superficial mas a verdade é que não tenho visto muitos jogos dos Spurs, ainda menos de início a fim. Opa o Cualker parece-me ser o central ideal para formar dupla com o Vertonghen mal o Ekotto regresse. O homem fisicamente é muito forte e do que tenho visto parece-me tomar bem conta do recado e limpar tudo pela raíz. O Gallas de facto tem jogado mas não consigo olhar para ele e deixar de ver um jogador, infelizmente, muito limitado a nível físico. É pena...
Concordo c o teu comment de resposta ao red. o Gallas já nao é de longe o q era! Alias penseo q a ausencia do kaboul se nota bastante! Fez uma epoca mt boa mesmo e nao fora a lesao teria feito parte dos eleitos da frança no europeu! Qto a analise dos Spurs desde ja os meus parabens Quim. De referir tb q concordo ctg qd dizes q foi um pc superficial, axo q tinha preferido a tua primeira versao mais prolongada. Atepq tu sabias e tinhas mt mais para dizer :D
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