Wigan Athletic

O Wigan, fundado em 1932, está sediado nos arredores da cidade de Manchester jogando no DW Stadium. Tem como treinador o grande milagreiro Roberto Martinez e são conhecidos como os Lactics.

Esta equipa vai para a sua 8 época consecutiva na Premier League, mas este percurso tem sido muito sinuoso! É talvez a equipa que menos adeptos leva ao estádio em jogos da EPL e uma das que não engana, luta para não descer todos os anos apesar de ter tido treinadores como Steve Bruce e agora Martinez. De facto Martinez, que deixou o Swansea para se aventurar neste Wigan, desde que chegou ao clube em 2009, tem conseguido verdadeiros milagres, com rectas finais de campeonatos dignas de campeão, o que lhe tem valido continuar a conviver com os grandes do futebol inglês época após época! Contudo, esta época não será tão fácil repetir os feitos de épocas anteriores, uma vez que da equipa fraca que tinha, o técnico espanhol ainda se viu privado dos seus 2 melhores jogadores: Hugo Rodallega e Victor Moses.

Se a saída do avançado colombiano foi bem substituída, o mesmo já não se poderá dizer da saída de Moses   para o Chelsea. Os Lactics viram ainda sair do clube um jogador que pode não dar tanto nas vistas tecnicamente, mas que foi muito importante no meio campo da equipa nos últimos anos, Mohamed Diame, que já começou a brilhar no West Ham, a sua nova casa. Uma saída que também poderá deixar a sua marca é doutro médio muito trabalhador Steve Gohouri. Chris Kirkland acabou também por abandonar, mas neste caso devido à concorrência do, agora, melhor jogador da equipa Ali Al-Habsi.

No que toca a entradas o Wigan foi buscar Arouna Koné, que é sem dúvida uma grande mais valia para o clube, e esteve em alta no Levante a temporada passada, o extremo do Birmigham Jean Beausejour e ainda o defesa central Iván Ramis, que apesar das 5milhões de libras que custou, ainda não tem mostrado que valeu o investimento. Receberam, também, médio/avançado Ryo Miyaichi do Arsenal por empréstimo, que apenas vi jogar alguns minutos, penso que na Eusébio Cup e me pareceu um jogador que tem potencial mas com muito para trabalhar para se adaptar ao futebol europeu.

A formação do Wigan deverá ser um 4-4-2 com tendência a tornar-se num 4-3-3 dependo do cariz do jogo e/ou do resultado.

 Esta será muito provavelmente a formação que Martinez apresentará na maioria dos jogos em casa, com Shaun Maloney a ocupar uma das faixas, mas a poder vir para o meio deixando a ala mais liberta para Koné poder "cair" lá e lateralizar mais o jogo, confundindo as marcações. A baliza é inequivocamente  de Al-Habsi, mas na defesa com a contratação de Ramis, o que poderá acontecer é a mudança de Antolin Alcaraz (já passou pelo Beira-Mar) para uma das laterais, possivelmente a direita, deixando a esquerda para Maynor Figueroa, embora o Hondurenho possa fazer ambas. Beausejour deverá ser titular dada a deficiência de extremos que a equipa apresenta, e Franco Di Santo quererá dar seguimento à boa época que fez o ano passado. Desta vez não tem a companhia de Moses que atraía atenções deixando espaço para o avançado poder aproveitar, mas que com a companhia do veloz Koné também não se sentirá sozinho.

Já na vertente 4-3-3, podemos observar algumas das escolhas que se perfilam para ser opções de qualidade, onde nas alas temos Stam na esquerda, que não é tão eficaz a defender como Figueroa mas garante mais profundidade, e Emerson Boyce que tem vantagem por ser um jogador mais rotinado que Alcaraz, contudo não tem a mesma tarimba. No meio campo, mais duas soluções viáveis que são Watson e Jordi Gomez, o primeiro mais ao estilo de médio británico, de luta e grande pulmão, e o espanhol mais dotado tecnicamente que poderá também substituir Maloney a organizador de jogo, ou médio mais avançado. Koné neste esquema deriva definitivamente para uma ala, e no ataque inseri Boselli que a época passada prometia muito, mas não chegou a concretizar nada, contudo penso ter características mais apropriadas para jogar sozinho na frente de ataque do que Di Santo.

No meu ponto de vista, os Lactics têm um plantel equilibrado (faltam soluções para um jogo mais vertical, pois Maloney não é um extremo puro, nem tem velocidade para isso), que teve em Arouna Koné um bom upgrade para o ataque, mas que com a saída de Moses (claramente o jogador que mexia e "sacudia" o jogo desta equipa o ano passado) vão continuar a sentir muitas dificuldades para se manter mais um ano na EPL. Sinceramente penso que um 15º ou 14º lugar não fugirá muito da real classificação desta equipa em Maio.